Da Infância



Quando eu era criança, sonhava em ser adulta. Imaginava minha festa de quinze anos, meu primeiro carro, como seria ir para a faculdade... casar, viajar, ganhar dinheiro e gastar também. Quando eu era pequena não achava graça em ser criança. Ser adulto era muito melhor. Adulto podia ir à festa e voltar tarde. Podia beber, podia dançar, podia namorar. Ser adulto era demais! Criança tinha que estudar, dormir cedo, obedecer aos pais, fazer amiguinhos. Ser criança era chato e exigia atenção constante.
Os adultos sempre seguros e espertos, representavam a maturidade que uma criança não tinha. Não choravam tanto quanto os pequenos, e nem brincavam de boneca. Adultos eram perfeitos, nobres, inteligentes.
E fui crescendo e achando o máximo. Esticava o pescoço, abria o peito e saia curtindo com as meninas mais novas. Já não brincava mais com elas, não pulava elástico e nem queria lembrar  o que era pique pega. Crescer trazia seus benefícios e sabendo disso, eu queria todos.
Uma vez crescida, não pude mais voltar atrás: estudos, cursos, responsabilidades, comportamentos moderados, exigências e mais exigências....
É... não sabemos muito bem o que queremos até descobrimos que sempre queremos o que não podemos ter.

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